sábado, 31 de dezembro de 2011

Caminho de Cristal

Em ti me curo.
Em ti me encontro.
Mas quem sou agora?

Espasmo após espasmo
Canto por canto
Me encanto no canto que canto.
Sou eu que o canto?
Sou eu que o canto!

Pelo cantar me empurras para o sonho
E canto, e sonho,
Em Ser, no Ser,
O Ser que repousa e que chamamos.

Chega o Ser,
E ao Ser me desligo,
Deslizo e me deixo levar
Nas calmas águas que são cobras,
Que me envolvem e me amamentam.
São elas que me falam da escolha
Do que se seguirá.
Morre, que nascerás desapego
Morre, que nascerás cantador
Morre, reencontra-te morto
E viverás como árvore,
Viverás como Ser de cristal,
Terás essa vida nova,
Como em tempos te prometi.

E viaja,
Viaja em mim,
Viaja comigo.
Bem no centro estamos todos,
Mas é na orla que nos encontramos.
E enquanto meu canto cantares,
Teu canto cantarás,
E se sozinho cantares,
Estarás desapegado.
E ao tudo largares
Ganhas-te a ti
E a mim
E a todos.

Vomita a Escuridão
Ilumina-te com o cantar do Beija-flor
Teu Mestre e Padrinho te guiam
E segue teu caminho,
Com o apego aos que se deixaram.
Tudo é certo
E tudo vai dar a mim.

E, como parte de tudo,
Me rendo.
Cresci.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Caminho de Volta - Meu Mestre me cure

  Meu Mestre Guia, luz que incendeia o meu coração, liberta-me desta prisão, deste corpo que rodopia sem cessar, deste mundo onde nada é e onde tudo nada parece ser. Ecoam as vozes desassossegadas dos perdidos que estão perdidos, perdidas por entre as vozes dos perdidos que se vêem centrados. Todos são meros bonecos rodopiando por entre o labirinto, conscientes e inconscientes, todos somos iguais, vozes sem cara, caras sem nome. O Caminho, e a Cura, são os mesmos, e todos confiamos no Mestre que nos guia para fora deste mundo de ilusão.
  A mensagem é o presente do Presente, e no momento todo o mundo gira e ondula. Para lá da Ilusão há a Cura, e o foco de Luz que se reflecte em nós é o brilho da impecabilidade do Pai. Todos somos filhos, todos somos irmãos, todos estamos sozinhos em conjunto, e todos somos por ele protegidos. Outra forma não há, neste caminho. A nossa escolha, o caminho do Mestre, e com a força do mestre vamos aprender, aprender que na Cura está o cantar dos Anjos e do Beija-flor, que há todo um Ser que quer se soltar, que no Caos há profunda calma, profundo Amor.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tudo gira, tudo ondula

Tão belo o desapego
Dos que se dão e se perdem.
A inconsciência do desconhecimento,
A libertação do Medo,
Porque o vivem na pele.

E gritam ao arrancar essa pele,
E choram ao se verem sós.
E vozem ao longe
Ecoam algo que não percebem
Mas sabem ser verdade.
As vozes sem cara
São caras sem nome
São nomes sem ser.

Tudo gira
Tudo ondula
Todos cantamos
À cura, à Santa Cura,
Que cura toda a doença
E toda a Dor.

Tudo gira
Tudo ondula
Todos escutamos
A mensagem de quem vem lá,
De quem quer entrar,
De quem É sem ser.

Tudo gira
Tudo ondula
E o mestre nos ensina
Nos abre o caminho
Para trilharmos o Presente.

E agora vemos,
O que somos e não somos,
O que há além de nós,
Para dentro, no fundo.
Para lá da ilusão há a Cura,
O cantar dos anjos e do beija-flor
Há o ser e o descobrir
Profunda calma, profundo amor.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Caminho de Volta - Tribo: Comando de Sanação

  Somos Tribo. Somos seres se perdendo no seu Ser, se encontrando no seu Ver, no momento que antecede o final, no desistir antes do momento da Morte. Morte em Vida, que nos embala, que nos canta, que nos faz cantar. Morte doce, que chega a todos, e em doçura o Pai parte, na sua viagem de cura.
  O Pai é a cola que nos mantém unidos e, com o Rei morto, um novo Rei se levanta, para tomar as rédeas da tribo perdida. Será este o novo Rei, a escolhida contraparte do coração da tribo? Será ele a trazer o novo Comando de Sanação? Cantamos a força com força e com amor, e no seu manto se albergam os perdidos irmãos. Sua voz ecoa, ecoa na sala, na cabeça, mas nossas células estão longe de reconhecer o seu canto como o que vem da Mãe.
  O Novo Rei é o Velho Rei, renascido da Cura, da Santa Purga, e é ele quem por nós puxa para de novo nos entregarmos. É ele que canta o que nós cantamos. É ele que nos guia pelos caminhos do Labirinto. É ele quem fala com a voz da Santa Mãe, é ele que invoca a tribo que somos todos.
  Como pássaros flamejantes, unidas estão as ancestrais almas das ancestrais tribos, e todos eles somos nós. Casa de fogo, casa de cristal, casa do Senhor do Tempo. Divina invocação da Mãe, abençoado amor do Pai. Cura Santa Cura.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cantadores - Todos somos Tribo

Todos juntos
Tomamos de novo Medicina
Para curar o coração.
E todos somos Um só
Procurando Harmonia
Procurando Atenção.

Concentração sóbria,
Postura alegre, sincera,
Que nem a todos harmoniza.
O seu processo é Seu
E sua entrega é genuína.
E todos se espelham em todos
E tudo se sabe.
E o Pai tudo vê.

A mãe que é Mãe comanda
E o seu pedido é uma ordem,
Quando nos deita nos fala,
Quando nos senta nos canta.
Reconheço esse cantar
Já também cantei assim,
Quando em silêncio interior
Me ouço cantar a mim.

A tribo é de outros tempos
De outras casas, de outras vidas
E trabalha com a Mãe
E todas as almas reunidas.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Caminho de Volta - Abraço de Pai

  Bom Padrinho, Maestro, que conduzes a sinfonia, que trazes Ordem ao inquieto Caos, vem acudir nesta hora de desespero, nesta hora de mágoa. Todos juntos te chamamos, para acolher em teu abraço os irmãos e irmãs que assim o precisem.
  Todos juntos entramos e saímos de nós mesmos e uns dos outros. Todos somos todos e individualmente caminhamos no escuro. E é tão bom caminhar no escuro. De mãos dadas, somos tribo. Unidos somos Sol, um Sol de sóis, que navegam pelas águas do nosso oceano interior e se vêem, em agonia, em alívio, em alegria.
  Bom Pai, o teu abraço é um presente de Deus, como a divina presença da Mãe nas nossas vidas. Teu é o meu coração, o meu cantar, e tua é a minha cura, para que te cures em mim. Teu caminho é o meu caminho e, pouco a pouco, vamos andando, vamos chegando. Tão bom o estarmos juntos. Tão bom o nosso andar.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Filhos meus que abraço

Sem o vício da luz
Vejo que canto,
Sabendo que sei,
Que escuto a lição.

Linda lição, hoje,
Que me deixa acordado.
Do alto de mim me vejo
E no fundo das águas me encontro.
E não interessa quem sou,
Nem sei mais ao que vim,
Mas do alto de mim
Vejo o mar
E o reflexo de mim, nele espelhado.

Todo o meu Presente
É uma memória de Amor,
A minha felicidade está na Cura,
Na Cura que acordou a Cura,
A Paz que já havia em mim.
E a necessidade é do canto,
E o sorriso é mais real
Que o bater do tambor.

Entro e saio,
Na mais pura Consciência.
Vejo os meus irmãos
Buscando alívio,
Buscando o Sol.
Os filhos meus
Que abraço.

Tão bom estarmos juntos
E juntos caminharmos,
Devagarinho
Pouco a pouco chegaremos.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Caminho de Volta - Sopro de Vida: Fogo Interior

  Nos é dado de presente um fogo que arde, que abre, que prepara o caminho. Este fogo inalado é azul, e vermelho, e brilha com a intensidade do Sol que o sopra, que nos prepara para brilhar. Quaisquer barreiras existentes são consumidas neste fogo purificador, e das suas brechas surge um fogo, interior, ateado com a pureza do sopro do Mestre. Meu Mestre, teu Mestre, Eu Mestre se levanta, levanta e caminha por entre os seus próprios escombros, os meus próprios escombros.
  Na doce palavra de mel surge o bater das asas do cantador e o penetrante olhar da água em pele de serpente. No hoje, ser cuidado é cuidar, a Cura virá pela Cura de amor que damos.
  O nosso Sol irá brilhar no escuro e guiar os perdidos em harmonia. Labareda cuspindo no primeiro canto, toco chamando a força. Tudo passa e passa. Mantendo a postura, chegamos à Consciência.