Em ti me curo.
Em ti me encontro.
Mas quem sou agora?
Espasmo após espasmo
Canto por canto
Me encanto no canto que canto.
Sou eu que o canto?
Sou eu que o canto!
Pelo cantar me empurras para o sonho
E canto, e sonho,
Em Ser, no Ser,
O Ser que repousa e que chamamos.
Chega o Ser,
E ao Ser me desligo,
Deslizo e me deixo levar
Nas calmas águas que são cobras,
Que me envolvem e me amamentam.
São elas que me falam da escolha
Do que se seguirá.
Morre, que nascerás desapego
Morre, que nascerás cantador
Morre, reencontra-te morto
E viverás como árvore,
Viverás como Ser de cristal,
Terás essa vida nova,
Como em tempos te prometi.
E viaja,
Viaja em mim,
Viaja comigo.
Bem no centro estamos todos,
Mas é na orla que nos encontramos.
E enquanto meu canto cantares,
Teu canto cantarás,
E se sozinho cantares,
Estarás desapegado.
E ao tudo largares
Ganhas-te a ti
E a mim
E a todos.
Vomita a Escuridão
Ilumina-te com o cantar do Beija-flor
Teu Mestre e Padrinho te guiam
E segue teu caminho,
Com o apego aos que se deixaram.
Tudo é certo
E tudo vai dar a mim.
E, como parte de tudo,
Me rendo.
Cresci.
Sem comentários:
Enviar um comentário