sábado, 31 de dezembro de 2011

Caminho de Cristal

Em ti me curo.
Em ti me encontro.
Mas quem sou agora?

Espasmo após espasmo
Canto por canto
Me encanto no canto que canto.
Sou eu que o canto?
Sou eu que o canto!

Pelo cantar me empurras para o sonho
E canto, e sonho,
Em Ser, no Ser,
O Ser que repousa e que chamamos.

Chega o Ser,
E ao Ser me desligo,
Deslizo e me deixo levar
Nas calmas águas que são cobras,
Que me envolvem e me amamentam.
São elas que me falam da escolha
Do que se seguirá.
Morre, que nascerás desapego
Morre, que nascerás cantador
Morre, reencontra-te morto
E viverás como árvore,
Viverás como Ser de cristal,
Terás essa vida nova,
Como em tempos te prometi.

E viaja,
Viaja em mim,
Viaja comigo.
Bem no centro estamos todos,
Mas é na orla que nos encontramos.
E enquanto meu canto cantares,
Teu canto cantarás,
E se sozinho cantares,
Estarás desapegado.
E ao tudo largares
Ganhas-te a ti
E a mim
E a todos.

Vomita a Escuridão
Ilumina-te com o cantar do Beija-flor
Teu Mestre e Padrinho te guiam
E segue teu caminho,
Com o apego aos que se deixaram.
Tudo é certo
E tudo vai dar a mim.

E, como parte de tudo,
Me rendo.
Cresci.

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