quinta-feira, 26 de maio de 2011

Aceitação - Disjunção

A Exaltação do Ser,
Bacantes abraços
Que não terminam.
Prazer quíntuplo. Fusão.
Empedrenido altar,
Empedrenidos corpos,
Seres Presentes
Sem lugar marcado no Futuro.
Fulgor vítreo,
Memória de Água,
Plenos, entumescidos,
Andrógenos, hermafroditas,
Amando-se, abençoando-se.

A Aceitação do Ser,
Brusco, opaco,
Irreal, sublime.
Bacantes beijos
Que não terminam.
Amor, num corpo de Amor,
Num corpo de Desejo,
Amante, luxurioso,
Sem Ego, encontrado.
Onde termina o Prazer,
É onde começa o Julgamento?

Corpos despidos de crítica,
Vestidos de Eu, de Céu,
O Tudo nada julga,
Tudo Sente, Abraça,
Beija, Penetra.
Onde termina o Silêncio
E onde começa a Paz?

A Aniquilação do Ser,
Dádiva sublime.
Bacante sexo
Que não termina.
Orgia de Corpo, de Consciência,
Penetração da Carne,
Limpa, Linda, Perfeita,
No limiar da Loucura,
No Aqui e no Agora.
Carne suada, húmida,
Desprovida de Vazio,
Reconstruída à Tua imagem,
Onde sou Eu?
Onde começo e onde termino?
Se tu És em mim,
Onde sou Eu?
Se me penetro,
Onde sou Eu?
Se me como e te vomito,
Onde sou Eu?

Sou o Cosmos e Existo em Mim,
Sou o pó de estrelas, sou átomo e Vontade,
Sou Mar, sou Pedra, sou Fogo,
Sou Tambor, sou Canto, sou Videira,
Sou Barca, sou Tela, sou Espelho,
Sou Taça, sou Semente, sou Raíz,
Sou Caminho, sou Purga, sou Mudança,
Sou Demónio, sou Prazer, sou Bênção,
Sou Céu, sou Templo, sou Casa,
Dou Amor, Vivo Amor, Sou Amor.

Eu aceito, Mãe.
Metade de Mim és Tu,
A outra metade também.

E agora, Mãe?
Agora podes aprender.
Para onde me levas?
É surpresa.
Que bom, adoro surpresas!

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