terça-feira, 5 de julho de 2011

In mortal - Inocência

Porque se mantém a Dor?
Eu vi. Porque se mantém a Dor?
Eu purguei. Porque se mantém a Dor?
Lembro-me de ter estado satisfeito
Mas desta vez permanece a agonia.
Sinto que há mais. É por haver mais?
Ajuda-me Mãe, livra-me do Mal.
Desmembra-me, rebenta comigo!
Já me mataste uma vez,
Mata-me de novo!

Eu? Eu nada fiz.
Eu sou só uma Consciência
De uma Consciência,
De outras Consciências.
Como podes esperar algo de mim?
Eu sou só Perdão.
E tu? És Perdão?
Sim, sou perdão.
Então perdoas-me?
O que me fizeste para eu ter de Te perdoar?
Causo-te Dor, não te causo Dor,
Mato-te, não te mato,
Não cumpro, não te odeio,
Nunca correspondo às tuas expectativas.
Eu sei que peço para me carregares, Mãe,
Para me salvares, para me curares.
Abuso de ti, Mãe.
Perdoa-me!

O que Me fizeste para Eu ter de te perdoar?
Tu és só uma criança,
Tudo em ti é descoberta,
Tudo em ti é inocente.
Eu sei que te queres limpar
E sei que pertencemos um ao outro.
E sei que tu és só uma criança,
Como pode uma criança ter culpa?
Tudo em ti é descoberta,
Tudo em ti é natural,
Tudo em ti sou Eu,
E sempre fui Eu
Mesmo que não te lembres.

Isso, chora
Chorar é bom.
Vês como as tuas lágrimas são cristalinas,
Sem vestígios de vermes?
Podes tirar a máscara, filho
(Não sei como)
Debaixo dela és Luz
(Não sei se sou)
E só tens Amor, em todas as formas
(Eu não sei amar)
Claro que tens Medo, és só uma criança
(Tenho tanto medo!)
És único e és especial,
Vieste do Céu, como eu.

Agora dorme,
Já chamo por ti.

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